Investimentos em reúso da água tratada do esgoto podem gerar R$ 5,9bilhões à economia
Estudo da CNI mostra que aportes em projetos podem gerar 96 mil empregos e contribuir para o aumento da segurança hídrica e a melhora da gestão do recurso
Estudo da CNI mostra que aportes em projetos podem gerar 96 mil empregos e contribuir para o aumento da segurança hídrica e a melhora da gestão do recurso. Setor defende urgência na regulamentação desses serviços
O reúso de efluente tratado de esgoto doméstico está entre as alternativas que diversos países vêmadotando para aumentar a segurança hídrica. O Brasil, hoje com capacidade instalada para produzir ummetro cúbico de água de reúso por segundo, tem potencial de aumentar esse volume em quase 13 vezes.Para isso, seriam necessários investimentos de R$ 1,89 bilhão em infraestruturas de reúso de água, quetrariam um incremento na economia de quase R$ 5,9 bilhões. As informações são do estudo sobre oimpacto econômico dos investimentos de reúso de efluentes tratados de esgoto para o setor industrial,lançado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) .o como fonte de recursos para a indústria.
Os investimentos no setor seriam destinados à aquisição e manutenção de máquinas e equipamentos e àconstrução da infraestrutura. Do crescimento econômico de R$ 5,9 bilhões, R$ 3,7 bilhões seriam geradospelo setor industrial, R$ 2 bilhões em serviços e R$ 180 milhões na agropecuária. A geração de empregoseria de quase 96 mil postos de trabalho e R$ 999,74 milhões em massa salarial, além de R$ 464 milhõesem arrecadação de impostos.
Conforme o estudo da CNI, os principais setores industriais beneficiados com sistemas de reúso de efluentetratado de esgoto seriam o petroquímico e o siderúrgico, que contam com complexos de grande porteconcentrados nos territórios. Exemplo nessa linha é o , que fornece 650 litros por segundo de águade reúso para o polo petroquímico da Região do ABC Paulista. Isso equivale ao abastecimento de umacidade de 500 mil habitantes. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a e a Companhia deSaneamento Básico do Estado de São Paulo.
Segundo a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, o setor industrial tem interesseem investir em projetos de reúso de efluente tratado de esgoto para garantir o insumo, principalmente, emtempos de escassez hídrica. “Nesse caso, enquanto as águas de boa qualidade seriam priorizadas parausos mais nobres, em especial o humano, a indústria poderia manter a produção com a água de reúso”,explica.
A CNI defende urgência na regulamentação da atividade de reúso de efluentes tratados de esgoto, com ênfase para o reúso para fins industriais. Embora o tenha contemplado entre suas diretrizes o reúso de efluentes sanitários, é necessário esclarecer ainda questões relativas à titularidade do efluente para reduzir a insegurança jurídica que inibe os investimentos nessas iniciativas.
Fonte: CNI